Há dias vimos um debate no canal de televisão da
Al Jazeera sobre a liberdade de expressão nas redes sociais da net e me especial sobre os comentários e ataques a pessoas demonstrando ódio, discriminação de raça ou de religião. Foi citada a incapacidade do
Facebook e de outros canais para eliminar totalmente essas manifestações. Uma das soluções apontada por um advogado, a exemplo do praticado na Alemanha, onde é crime negar a existência do
Holocausto, foi a criminalização de tais demonstrações. De uma maneira geral, quando uma sociedade não consegue resolver um problema tem tendência para a sua criminalização, esperando que as normas e coacções sejam a solução. Assim acontece com as drogas que, infelizmente ainda não acabaram de produzir estragos, com a violência doméstica e tantos outros fenómenos que continuam a prejudicar a existência de tantos seres humanos. Não terão essas mesmas sociedades responsabilidades na existência de tais fenómenos?
Olhando para a educação ministrada todos os dias lemos as suas insuficiências, mais virada para produzir cérebros de mão de obra do que cidadãos de corpo inteiro. A seguir, olhemos para o desenvolvimento cultural e constatamos a falta de apoios às suas actividades, especialmente se não se trata de cultura elitista. Aliado a isto os indíces de má distribuição dos rendimentos e más políticas económicas conduzindo a situações de desemprego e marginalidade de largos sectores da população. Mesmo dentro do círculo de privilegiados, a constante difusão de interesses materiais, com abandono dos valores e da ética, conduz a um enorme contingente de hedonistas, absorvidos pela existência do próprio umbigo. O mediático lidera o condicionamento do pensamento e das actuações. O ódio e a discriminação não se verificam apenas nas redes sociais através de expressões mais ou menos primitivas. Jovens normais e preparados ou velhos já não produtivos são considerados acessórios. Eles instituem-se como norma dentro dos Estados, mesmo os que se proclamam mais democráticos. Basta atentar nos bairros periféricos de Paris, nas
favelas do Rio de Janeiro, nos muceques de África ou nos bairros problemáticos de Lisboa ou Porto. Dir-se-á que já se fez muito e algo se avançou mas a maior parte das vezes sobre a capa de caridade ou de iniciativa de organizações humanitárias. É verdade. Mas fez-se tudo que era possível? Cremos que não. Aliás, se as populações das nações ditas civilizadas estivessem culturalmente desenvolvidas seriam sugestionadas por absurdas declarações de ódio? É evidente que parece querermos manter o estado de ignorância dos povos, na generalidade, para continuarmos o domínio de uma escravidão, modernizada a padrões de consumo e de materialismo o que, ao mesmo tempo gera as tais manifestações de expressão de ódio de religiões, raça ou tendência sexual.
Um pouco menos de hipocrisia e um pouco mais de sentido social poderão ser alavancas para um mundo que gera a intolerância, começar a ter melhor índices de civismo. Como diz uma canção brasileira o sol nasce para o marginal e para o poeta.
saúdo a iniciativa
ResponderEliminarabraço
pequena nota: quando se diz "vimos" , garanto que não vi nada :)
Obg pelo comentário. Sem pretender ser polémico:
EliminarNas combinações com verbos factitivos (fazer, deixar, mandar…) e sensitivos (sentir, ouvir, ver…) o infinitivo pode concordar com seu sujeito próprio, ou deixar de fazê-lo pelo fato de esse sujeito (lógico) passar a objeto direto (sintático) de um daqueles verbos:
Sentimos (ou vimos, ouvimos) os colegas vacilarem (ou vacilar) nos debates.
comentários com 'censura', gosto :)
ResponderEliminardifícil esta questão, pelo menos para mim
Não se trata de censura. Pretendemos apenas evitar spam ou comentários pouco dignificantes.
Eliminarcomentários pouco dignificantes para quem e como se medem? Abraço
Eliminaraguardarei a aprovação :) pacientemente ou até ficarei no spam, quiçá
Eliminarsem querer polemizar :) mas já polemizando :) o que queria dizer com a nota 'vimos', era algo bem mais simples, apenas queria referir que não vi nada, que quem viu não fui eu. É 'normal' usar-se o nós, chamado majestático, o tal plural da modéstia assim entendido, assim, fiquei incluída como se também tivesse visto.
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