Nos últimos tempos, muito se tem falado de populismo nos regimes chamados democráticos (normalmente exercício o direito a voto de anos a anos e liberdade de expressão condicionada).
Todos os personagens que alcancem alguma notoriedade nos media e proclamem a intenção de chegar ao poder do Estado, prometendo alterar o status quo dos respectivos regimes são alvo de ataques nos mesmos media, alertando para os perigos que podem daí advir. Ingenuamente, poderíamos pensar que vivemos numa sociedade equilibrada, a qual perante os discursos mais ou menos sonantes se poderia desvirtuar a caminho da catástrofe social, eliminando os partidos e estabelecendo uma relação directa entre os cidadãos e o seu líder. Esta forma de atacar o sistema em vigor, não poucas vezes é apelidada de fascista. Chavez (já falecido), Trump e Marie le Pen são os exemplos mais significativos, por razões diferentes. Acoplado a esta ideia o conceito de nacionalismo é também arrastado para o mesmo grupo.
Se olharmos bem para o cenário mundial, a globalização económica arrastou a ideia da criação de blocos democráticos, sujeitando, por exemplo, os países da esfera europeia para a construção de uma chamada União, não governada por eleitos mas sim por burocratas, onde assume grande importância um Banco Central a dirigir bancos centrais dos países, escapando ao controlo das instituições democráticas. Este sistema, com uma errada moeda única, tem conduzido a muitas situações de afundamente de economias, sobretudo as periféricas. A situação do bloco europeu não é famosa e tem provocado muito descontentamento entre as populações sujeitas a regimes de défices internos que acarretam elevados impostos e atrofiam essas economias. Os próprios dirigentes europeus reconhecem a necessidade de reformular as instituições europeias e seu funcionamento. Simplesmente, com o decorrer dos anos tudo continua mais ou menos na mesma. Acresce ainda o problema de conflitos no Médio Oriente que têm provocado a emigração maciça de amplos sectores da população, sem condições de vida nos seus países. O desemprego assenta arraiais entre a população nativa europeia e é fácil culpar os originários de outros países. Sem grandes saídas parte dos eleitorados começam a cansar-se de promessas vazias e irreais dos políticos, a maior parte subordinada a grandes interesses económicos e caindo na tentação de se aproveitarem do poder que detêm para construir chorudos pés de meia. Os serviços públicos degradam-se e o estado social desagrega-se em nome de uma eficiência duvidosa da iniciativa privada. O tema é vasto mas está construído o terreno fácil para quem aparecer a querer combater o modelo.
A destruição do nacionalismo pela filosofia de bloco foi construída artificialmente, esquecendo a história, a cultura e os costumes de cada país para além de alterar, significativamente os quadros jurídicos . Assim o Brexit que agora começa a caminhar é uma dor de cabeça para os burocratas de Bruxelas.
Querer comparar nacionalismo a fascismo é um exagero de retórica e só a propaganda intensa (tipo Goebells) poderá ter algum efeitos sobre aas camadas jovens que já estejam alienadas pela civilização do consumo.
Uma nova forma de democracia é necessária, com maior participação dos cidadãos, melhor escolha dos políticos e abandono do politicamente correcto para defender interesses de seita. Só assim, encurralados entre um sistema corrupto e a adesão a projectos radicais, os cidadãos se reconhecerão nos seus representantes.
Antes de condenar os populismos metam a mão na consciência, façam acto de contrição e não julguem que os seus eleitores se vão deixar afundar alegremente com a sua
oratória. A História demonstra bem que às vezes os impérios instalados têm pés e barro.
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