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Apresentados

O trabalho como custo variável e capital descartável

Um homem ou mulher saiem de manhã para o emprego. Antes, a labuta das tarefas domésticas a deixar cumpridas, o arranjar dos filhos, alguns a deslocação para a escola e a odisseia dos transportes públicos. Mesmo que o sol raie em todo o seu brilho, muitos levam às costas problemas por resolver ou contas para pagar. Um empurrão aqui, um ajeita para ali lá se acomodam nos autocarros. Melhor ou pior dormidos têm que estar a horas nos respectivos postos de trabalho. Este mundo que os envolve não se queda à porta do local de trabalho acompanha-os por largos períodos de tempo e agravam a sua disposição laboral. E será que o ambiente laboral é um meio de colmatar as preocupações que já têm ou ainda as vai agravar? Muitos têm chefias mal preparadas, trabalhos pouco desafiantes e perspectivas de estagnação longas. Quantos não se sentem descartáveis? Recibo verde e contractos mensais. O fim do mês tão ansiado vem com notas de impostos elevados e os montantes brutos quedam-se magrinhos. É o temp

Frexit após Brexit?

As eleições em França que hoje se realizam, vão revelar as inclinações dos cidadãos para uma presidência afastada ou não dos partidos tradicionais que se revelaram extremamente enfeudados à burocracia de Bruxelas, esse gigante que pretendia tornar a Europa livre de guerras e no caminho da paz e da prosperidade para todos os povos.
São conhecidos os resultados da fé orçamental que tão nocivos efeitos tem tido nos países periféricos da Europa. Não menos importante, a crescente vaga de imigrações que assolou o espaço europeu, resultado de políticas bélicas em países do Médio Oriente e de África. A inocência de Bruxelas nesses conflitos está longe de ser demonstrada, sobretudo de países como a França, a Inglaterra e a Alemanha. Temos assim uma Europa não solidária no seu seio, deslocações de produção que geram desemprego e consequente descontentamento, políticas orçamentais restrictivas ao crescimento desejável e a dita ameaça de invasão de culturas diferentes. Tudo acompanhado por organismos burocráticos e subordinados à lógica do neoliberalismo com consequências nefastas no domínio dos serviços públicos, especialmente na saúde, direitos sociais e educação. A ajudar este caos os atentados terroristas que naturalmente causam medo nas populações.
Como sempre, ao abrigo de grandes princípios, fomos levados para esta União Europeia sem consulta, não nos explicaram as implicações da mesma adesão, não sabemos as contas que foram feitas para converter o escudo e agora "aqui del Rei" que é uma desgraça sair do euro ou do comando do Banco Central. De uma maneira geral, todos os partidos existentes, com significado, se enquadraram no sistema e debitam a teoria da melhoria e reforma das Instituições Europeias (que chegará no dia de São Nunca).
O recente Brexit será seguido de um Frexit? Possivelmente não. De qualquer maneira, a questão dos nacionalismos veio à tona de água e pesem os pejorativos termos que lhe são cometidos não nos devemos esquecer que uma amálgama de culturas, costumes e tradições não produz um sentimento uniforme de adesão e solidariedade. Nacionalismo não é necessariamente sinónimo de xenofobia, discriminação, conservadorismo ou ausência de valores democráticos. Observamos é que o internacionalismo económico, vulgo globalização, expandiu o neolibelalismo e afundou os sistemas políticos, mudando o cidadão de pessoa para produto.
Uma nova época se aproxima. Esperemos que para defesa dos direitos dos cidadãos e relações internacionais baseadas no mútuo respeito e não na subordinação cega.

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