As eleições em França que hoje se realizam, vão revelar as inclinações dos cidadãos para uma presidência afastada ou não dos partidos tradicionais que se revelaram extremamente enfeudados à burocracia de Bruxelas, esse gigante que pretendia tornar a Europa livre de guerras e no caminho da paz e da prosperidade para todos os povos.
São conhecidos os resultados da fé orçamental que tão nocivos efeitos tem tido nos países periféricos da Europa. Não menos importante, a crescente vaga de imigrações que assolou o espaço europeu, resultado de políticas bélicas em países do Médio Oriente e de África. A inocência de Bruxelas nesses conflitos está longe de ser demonstrada, sobretudo de países como a França, a Inglaterra e a Alemanha. Temos assim uma Europa não solidária no seu seio, deslocações de produção que geram desemprego e consequente descontentamento, políticas orçamentais restrictivas ao crescimento desejável e a dita ameaça de invasão de culturas diferentes. Tudo acompanhado por organismos burocráticos e subordinados à lógica do neoliberalismo com consequências nefastas no domínio dos serviços públicos, especialmente na saúde, direitos sociais e educação. A ajudar este caos os atentados terroristas que naturalmente causam medo nas populações.
Como sempre, ao abrigo de grandes princípios, fomos levados para esta União Europeia sem consulta, não nos explicaram as implicações da mesma adesão, não sabemos as contas que foram feitas para converter o escudo e agora "aqui del Rei" que é uma desgraça sair do euro ou do comando do Banco Central. De uma maneira geral, todos os partidos existentes, com significado, se enquadraram no sistema e debitam a teoria da melhoria e reforma das Instituições Europeias (que chegará no dia de São Nunca).
O recente Brexit será seguido de um Frexit? Possivelmente não. De qualquer maneira, a questão dos nacionalismos veio à tona de água e pesem os pejorativos termos que lhe são cometidos não nos devemos esquecer que uma amálgama de culturas, costumes e tradições não produz um sentimento uniforme de adesão e solidariedade. Nacionalismo não é necessariamente sinónimo de xenofobia, discriminação, conservadorismo ou ausência de valores democráticos. Observamos é que o internacionalismo económico, vulgo globalização, expandiu o neolibelalismo e afundou os sistemas políticos, mudando o cidadão de pessoa para produto.
Uma nova época se aproxima. Esperemos que para defesa dos direitos dos cidadãos e relações internacionais baseadas no mútuo respeito e não na subordinação cega.
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